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Conheça cinco fatores fundamentais para manter sua empresa relevante.

O título deste artigo foi inspirado no livro de Rubem Alves, – “Se eu pudesse viver minha vida novamente…” – e adaptado para o nosso mundo corporativo.

Na vida pessoal, muitas vezes essa reflexão aparece quando estamos mais velhos e, ao lembrar do passado, refletimos a respeito do que consideramos nossos erros e acertos ao longo do tempo e do que gostaríamos de deixar como legado para nossos sucessores.

No mundo empresarial não é muito diferente: empreendedores frequentemente pensam em deixar um legado, sonham com suas empresas permanecendo para além de seu tempo, de preferência com ainda mais sucesso do que aquele alcançado até então. E não é incomum vermos empreendedores tentando planejar o futuro de suas empresas como nunca haviam planejado em suas gestões – quando muitas vezes acreditaram que a intuição seria suficiente para levar aos melhores caminhos.

É comum ouvirmos pessoas respondendo a indagação do título dizendo: “eu viveria minha vida exatamente como vivi, estou plenamente satisfeito”. Seria essa resposta a conclusão de uma reflexão, ou a constatação de que não se vive uma vida novamente e de que, portanto, simplesmente não é possível refazê-la?

Ao contrário das pessoas, as empresas não possuem limite de tempo para existirem, elas podem (e devem) ajustar o rumo e se reinventarem, sempre. Os erros do passado podem servir como aprendizado e contribuírem para um novo futuro.

Sendo assim, é de extrema importância que empreendedores reflitam sobre o curso de suas empresas e planejem sua sucessão para que não haja uma ruptura em sua trajetória e que traços da cultura possam ser mantidos.

Existem, é claro, fatores que fogem do controle de qualquer empreendedor e não há como prevê-los ou evitá-los, como a recente Pandemia pela COVID-19, que nos obrigou a tomar rumos não planejados e jamais imaginados que impactaram drasticamente as organizações, como o inusitado isolamento de cidades e países, em um mundo já globalizado.

No entanto, uma série de outros fatores ligados à gestão empresarial podem e devem ser repensados e revistos, sob risco da morte precoce da empresa.

Sem a pretensão de listar todos eles, escolhi cinco temas que julgo prioritários, pelo menos para a maioria das empresas. São fatores que, salvo exceções, não só não faziam parte das estratégias das organizações, como estavam longe de serem considerados:

Cinco fatores que todo empreendedor deve considerar para renovar sua empresa:

 

  1. Ter uma estrutura de Governança adequada a sua empresa – A governança é a base para a construção de um negócio duradouro

Reflexões sobre a existência e robustez do sistema de governança são de extrema importância para uma empresa manter-se por muito tempo no mercado. A governança orienta as relações da empresa com todas as partes interessadas, considerando equidade, riscos, responsabilidade social e a transparência nas comunicações, além de organizar a estrutura da liderança.   A empresa que tem princípios e uma governança moderna, leve e própria para seu porte e mercado, estará preparada para enfrentar um ambiente de mudanças velozes.

  1. Preocupação com o meio ambiente – não se esqueça que é nele que vivemos

Nos últimos anos, muito se falou sobre mudanças climáticas, escassez de recursos naturais, poluição ambiental, extinção de espécies, efeito estufa, desmatamento, apenas para citar algumas das preocupações com o meio ambiente. Mas o que sua empresa fez, de fato, durante a sua gestão para minimizar os impactos negativos ao meio ambiente? Será que os resíduos gerados no processo produtivo foram até aqui descartados de forma correta? A energia foi usada de forma racional e a mais limpa possível? E, mesmo que sua indústria não pertença aos grupos mais críticos em termos de impacto no meio ambiente, há algo que poderia ter sido feito, como a reciclagem de produtos, economia de papel, água e luz?

  1. O olhar para as questões sociais – as pessoas são o ativo mais valioso de sua empresa

Até bem pouco tempo, as questões sociais não afetavam as empresas, ou melhor dizendo, não eram vistas como fatores importantes para o desenvolvimento e crescimento do negócio. Os problemas sociais eram tidos como sendo obrigação dos governos, ou do próprio indivíduo. Porém a sociedade evoluiu e passou a exigir comportamento ético por parte das organizações e ações efetivas para melhorar a condição de vida das pessoas e consequentemente da sociedade.

As empresas hoje têm um papel muito importante para que haja inclusão das minorias, para que a diversidade seja respeitada, para a redução de problemas de saúde trabalhista, entre outros. Com a maior participação das empresas no ataque a esses problemas sociais, muitos serão beneficiados, inclusive e principalmente elas mesmas. Um profissional saudável, focado, preparado, contente com seu ambiente de trabalho e que tenha um propósito, com certeza será mais produtivo e eficaz.

  1. A tecnologia no centro dos processos – velocidade, produtividade e precisão

Se você ainda não tem a tecnologia como sendo o impulsionador de seu negócio, você está ultrapassado e sua empresa provavelmente sofrerá para alcançar os concorrentes. A tecnologia, permite análises mais profundas e precisas de dados para que se tornem informações importantes para a tomada de decisão; é por meio da tecnologia que a velocidade e o crescimento de seu negócio podem ser exponenciais, e que a produtividade também aumente, gerando resultados mais robustos e significativos.

  1. Comunicação efetiva – Sem informação e conhecimento não há progresso

Com certeza você tem um plano para o futuro de sua empresa e sabe para onde quer levá-la. Mas será que seus colaboradores têm esse conhecimento, eles estão alinhados com o futuro desejado para seu negócio? A comunicação efetiva precisa abranger toda a organização, não dá mais para trabalhar e contribuir com a empresa sem ter informação clara e atualizada. É um direito de todos na empresa saber exatamente o que se espera dele e qual o seu papel, sua contribuição para o desenvolvimento e o alcance dos resultados esperados. Reter talentos hoje em dia, não é fácil, mas sem o envolvimento e o engajamento no negócio, é praticamente impossível.

Em seu livro, Rubem Alves chega ao coração e à mente de cada um de nós, despertando-nos para o agora, acordando em nós o desejo de viver de forma diferente – nunca é tarde para isso! –, de aproveitar cada instante, de valorizar cada minuto, enchendo-o de beleza, de verdade, de leveza.” (*)
(*) Trecho da contracapa do livro “Se eu pudesse viver minha vida novamente…” de Rubem Alves.

A empresa não tem limite de tempo para viver, mas o empreendedor sim, e já que só temos o momento, que tal aproveitar o agora para perguntar a si mesmo:

Como posso reinventar minha empresa hoje para que ela não morra?

Vera Maria Stuart Secaf

Vera Maria Stuart Secaf

Sócia e Consultora sênior, atua há mais de 20 anos na gestão em organizações de diversos portes e setores. Vera é administradora de empresas com MBA na Fundação Dom Cabral e Kellogg e Master em Governança na Nova Economia pelo GoNew Economy.

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