Muito se fala hoje em dia sobre as boas práticas de governança corporativa.
Não faltam seminários, cursos de capacitação, manuais, artigos em jornais e revistas de negócios e entrevistas com profissionais especializados.
Afinal, a questão da governança entrou no cotidiano das empresas, sejam elas de controle familiar e concentrado ou de propriedade dispersa, como algumas das empresas abertas.
A razão dessa popularidade é porque a governança pretende estabelecer boas práticas de direção, monitoramento e incentivo às organizações, de forma a conciliar os interesses das diversas partes interessadas, algo cada vez mais desafiador.
Confira neste posts as melhores práticas de governança corporativa.
Na prática a teoria é outra
Entretanto, como afirmou aquele famoso autor desconhecido, “De boas intenções o inferno já está cheio”!
O que ocorre na prática é algo bem diferente, e sobre esse tema Sandra Guerra escreveu o livro, “A Caixa Preta da Governança”, leitura obrigatória para os que se interessam pelas boas práticas de governança corporativa.
Fruto de seu trabalho de pesquisa, o livro aborda a governança com foco no comportamento dos conselhos.
Sandra Guerra é quase sinônimo de Governança Corporativa no Brasil.
Com mais de 21 anos de vivência nesse campo, participou da introdução do conceito no Brasil ao integrar o grupo de fundadores do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), de cujo conselho foi presidente por quatro anos.
Entrevistamos Sandra Guerra para beber diretamente da fonte e saber o que vivenciou, o que pensa sobre o tema e trazer aos nossos leitores essa valiosa informação de forma concisa.
Seguem alguns insights importantes.
As boas práticas de Governança Corporativa em “A Caixa Preta da Governança”
Sem querer ser aquele estraga prazeres que fica entusiasmado com a oportunidade de te contar o final do filme, da leitura do livro, o que fortemente recomendo que faça, ou da audiência da entrevista, você vai perceber que:
- As boas práticas de governança corporativa são mais do que conformidade, definem a capacidade de dar respostas oportunas ao contexto, que é dinâmico.
- Muito se fez no Brasil e no Mundo em relação à governança, mas ainda há muito a se fazer.
- Algumas empresas são mais maduras no tema, mais resilientes do que as outras, mas ainda são a minoria.
- O Conselho de Administração (CA) é o eixo de governança da empresa, um motor operando continuamente, uma máquina de tomar decisões. Deve ser competente, bem-intencionado e dar total dedicação à criação de valor no longo prazo.
- A composição do conselho (tamanho, percentual de independentes e diversidade de gênero) influencia fortemente seu desempenho.
- Mesmo os CA’s bem estruturados, competentes, bem-intencionados e dedicados falham em certas ocasiões! Precisamos entender o porquê (o livro explica).
Há uma série de questões comportamentais importantes
- A cultura organizacional está na essência da solução, ou do problema!
- Uma das maiores fontes de dificuldades é a governança do “ser” versus “parecer ser”. Há muitas empresas que seguem a moda e estabelecem um sistema de governança “para inglês ver”, capenga.
- Comportamentos como os abaixo descritos são uma ilusão, e são parte do problema:
- “O auditor tal me garante;
- Tenho três ícones no CA e isso me garante;
- O programa tal de integridade me garante”
- Vieses cognitivos, e todos somos vítimas deles, desafiam o mito da racionalidade no processo decisório.
- O CA capta os sinais comportamentais? Modela a cultura? Tem consciência da diferença de Princípios e Valores publicados nas paredes e o comportamento da gestão no dia a dia?
Hoje há um número muito grande de empresas iniciando a jornada.
A elas um alerta: boas práticas de governança corporativa são a inspiração, a prática da boa governança é o seguro.
Enfim, a governança é uma caixa preta que precisamos explorar, e fazê-lo com a ajuda da Sandra é um prazer, como sentirão ao assistir a entrevista.
Bom proveito!
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