Para fechar o ano, resolvemos abordar um tema muito importante para qualquer tipo de empresa. Se você ainda não adotou 100% as mudanças tecnológicas, esse é o momento de você entender melhor sobre este assunto. Para isso, convidamos o Gilberto Tavares, diretor executivo da K2M Soluções, consultoria parceira Gold da Microsoft, especializados em soluções de Modern Workplace e Produtividade, Data & AI e Soluções de Negócios.
Gilberto é engenheiro de software, graduado pelo Instituto Mauá de Tecnologia, com especializações pela Escola Politécnica da USP, FGV, Harvard Business School e MIT Sloan. Possui mais de 15 anos de atuação em consultoria em soluções de tecnologia, com passagens por PWC, Banco Itaú e Citibank.
Confira abaixo nossa conversa com o Gilberto, a respeito da importância da tecnologia e estrutura para apoiar a gestão.
1- O que é Transformação Digital e como ela impacta nos modelos de negócios tradicionais?
Como você sabe a K2M é um parceiro Microsoft Gold desde 2001 e sempre tivemos um alinhamento muito forte com a estratégia da Microsoft. O assunto transformação digital não é algo novo em nosso ecossistema, temos falado sobre isto desde 2016 que é quando se delimita o início da 4ª Revolução Industrial que se deu, resumidamente, pelo advento da adoção massiva das tecnologias de nuvem, mobilidade e inteligência artificial no nosso dia a dia. A transformação digital não é algo que diz respeito somente a tecnologia, é uma estratégia de negócios que requer que os líderes das empresas a revisitar seus modelos de negócio e abraçar uma nova maneira de integrar pessoas, dados e processos para criar valor para seus clientes e capturar novas oportunidades.
2- Qual o impacto da Transformação Digital nos processos internos, de logística, de comunicação?
Além de parceiros Microsoft, somos também parceiros da Nintex especializados na automação de processos digitais, e sempre que iniciamos uma conversa com nossos clientes a respeito de automação de processos, trazemos uma pesquisa recente da Mckinsey que demonstra que apesar dos esforços de transformação digital nas empresas 68% dos processos corporativos ainda permanecem altamente manuais. Isto é algo surpreendente pois antes de pensarmos em transformar nosso modelo de negócios, transformar produtos, otimizar operações precisamos digitalizar os processos de negócio pois não adianta inovar criando novos produtos digitais e manter processos manuais que irão criar gargalos, pois é natural que produtos ou novos modelos de negócio inovadores criem uma demanda muito maior, pelo menos é isto que observamos nos clientes nos quais a K2M atuou na transformação digital dos produtos.
A falta de automação de processos corporativos nas empresas, de acordo com a pesquisa da Mckinsey, se deve a três principais fatores, nesta ordem de prioridade: falta de visibilidade da amplitude dos processos operacionais, dificuldade de automação de processos complexos quando requerem grande quantidade de código e por fim, falta de poder para as áreas de negócio automatizar seus processos mais simples.
3- Quais são os passos para se transformar em uma empresa da era digital?
Acredito que as minhas respostas anteriores já deram algumas pistas para esta pergunta. A transformação digital é um conjunto de processos e marcos que posiciona as organizações a criar novas oportunidades, promover disrupções e aplicar inovação e inteligência para criar novos modelos de negócios e novas formas de fazer as coisas.
A jornada da transformação digital passa pelas seguintes etapas nesta ordem:
- Digitalização de ativos, ou seja, transformar seus ativos analógicos em digitais, como por exemplo transformar seus contratos que são assinados fisicamente em contratos que passam a ser assinados digitalmente.
- Automatização de processos baseados nesses ativos, ou seja, transformando-os em digitais e capturando os dados relativos aos processos, sejam eles estruturados ou não estruturados;
- Em seguida, criar novas formas de fazer negócios explorando os processos digitais, os dados capturados e infundir inteligência artificial.
4- Quanto a cultura da empresa pode interferir no processo de transformação digital?
A cultura da empresa é crucial na interferência deste processo de transformação. Como disse na primeira questão, não se trata somente de adoção de tecnologias, é uma estratégia de negócios, ou seja, sem que exista uma predisposição da alta liderança para transformar seus negócios, o que muitas vezes passa por matar seu próprio modelo atual, além disto de vencer resistências internas e cruzar o abismo. Quando digo cruzar o abismo podemos exemplificar com a substituição de um modelo de receitas de vendas de produtos para um modelo de assinatura mensal. Muitas vezes isto pode representar alguma perda no curto prazo que deve estar prevista no plano.
5- O que vai acontecer com as empresas que não fizerem a chamada Transformação Digital?
Não quero aqui parecer o profeta do apocalipse, até porque não sou eu quem diz, mas a prática já está demonstrando isto, é claro que sua pergunta está pedindo esta resposta. Posso responder a questão com algumas perguntas ao leitor. Quando foi a última vez que você foi a uma locadora de vídeos? Você ainda compra CDs de música, você ainda compra músicas? Para mim está claro que quem não se transformar tem seu futuro, pra dizer o mínimo, incerto.
6- Quais são os benefícios se ser uma empresa digital, ou se preferir, quis os prejuízos de não estar ainda na era Digital?
Bem, o prejuízo pode ser deixar de existir, já os benefícios seria no mínimo se manter competitivo, ou no limite poder abraçar mercados muito além das suas limitações físicas ou passar a atender novos nichos de mercado.
Para concluir, comecem a transformação digital o quanto antes pois, dependendo da indústria em que estão, podem já estar atrasados. Muitas vezes pensamos que isto não irá ocorrer no nosso segmento, para os que pensam assim eu digo que na K2M, um dos nossos principais casos de sucesso em transformação digital foi em uma tradicionalíssima associação do mercado editorial sem fins lucrativos, em que ajudamos a transformar a forma com que prestam serviços e se relacionam com os seus associados e stakeholders, uma organização que se você olhasse a cerca de três anos atrás poucos poderiam vislumbrar as possibilidades de transformação do negócio.
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