Nosso entrevistado do mês é Caio Bretones, fundador e CEO da Mobile2you, software house que se consolidou no mercado de desenvolvimento de aplicativos mobile, tendo como maior propósito aliar a experiência do uso intuitivo ao design funcional de todos os seus projetos. A empresa desenvolve soluções mobile para plataformas iOS, Android, Windows e HTML5, tendo como principal parceira tecnológica a Intel.
01. Em seu ponto de vista quais são os maiores benefícios que as empresas têm ao investir parte de sua verba em aplicativos mobile?
As aplicações mobile podem ter diversas vertentes para as empresas, desde aproximação com seus clientes finais e até mesmo otimização de processos internos.
Na era digital que vivemos, observa-se a crescente conscientização das empresas em ingressar no mercado mobile por permitir explorar um novo canal de comunicação com seus clientes atuais e a buscar oportunidades de prospectar públicos ainda não atingidos.
O gradativo investimento em tecnologia móvel por parte das empresas, impacta diretamente nas vendas para organizações que trabalham com produtos, e para as que oferecem serviços agrega um valor intangível, diferenciando-as perante seus concorrentes.
Quando a estratégia e a comunicação são devidamente alinhadas, o ingresso na plataforma mobile pode revolucionar as vendas e a percepção do usuário em relação à marca, sendo assim o maior diferencial apresentado.
02. Se considerarmos os processos do funil de compra (descoberta, interesse, consideração, decisão, compra e fidelização) em qual (ou quais) etapas você considera que a experiência com os aplicativos influencia?
O extraordinário da era tecnológica é exatamente isso!
Os aplicativos podem remodelar a experiência de compra dos usuários, pelo fato de estarem presentes em todos os níveis do funil. Desde a abordagem inovadora até a finalização da compra via aplicativo.
Entretanto, existem diversas ferramentas que, sendo bem aplicadas, auxiliam principalmente na fidelização do cliente, ou o pós-venda. Considerando campanhas específicas para cada tipo de público registrado no aplicativo, que é filtrado por meio das informações cadastrais e perfil nas redes sociais, desenvolvendo ações com notificações push, por exemplo.
As notificações são de extrema importância, mas devem ser aplicadas com cuidado para não deixar o usuário exausto e correr o risco dele desinstalar o app. Por meio delas é possível informar ofertas e promoções individuais do gosto do cliente e, para situações que envolvam ambientes físicos, as empresas começam a utilizar a incrível tecnologia do iBeacon.
O iBeacon, que é um sensor que emite notificações via bluetooth para os usuários que possuem o aplicativo instalado, é uma das principais ferramentas utilizadas para aproximar a empresa do cliente final, transformando o modo de abordagem dos clientes e posteriormente permite consultar as métricas de análise do comportamento de compra.
A Mobile2you é pioneira na utilização dessa tecnologia nos projetos desenvolvidos, realizando a avaliação do público e elaborando a linha criativa de comunicação ao atingir o usuário por meio de experiências in-loco, ou seja, lojas físicas, eventos, campanhas externas e ações específicas.
03. O Brasil é um dos países com maior número* de smartphones do mundo, atrás apenas da China, Estados Unidos e do Japão. A que você associa este fato e perante este cenário como você acredita que a comunicação no mercado mobile irá evoluir nos próximos anos?
O Brasil é um mercado a parte e mesmo ocupando a 4a posição no ranking, é o que possui maior crescimento na taxa de vendas de smartphones.
Além do poder de compra dos usuários ter crescido nos últimos anos, o aumento nas aquisições de smartphones deve-se principalmente pela penetração de smartphones de baixo custo que levam o sistema operacional Android, permitindo realizar funções básicas do dia a dia do usuário: consultar redes sociais, ouvir música, efetuar compras e enviar e-mails.
Atualmente é difícil encontrar algo que não seja possível fazer, localizar ou experimentar via aplicativos mobile. E mesmo assim ainda há um grande nicho a ser explorado que, com o avanço da tecnologia, rapidamente serão possíveis de implementar.
A comunicação com o consumidor é cada vez mais direcionada ao seu perfil específico de consumo e, pela facilidade de abordar o público desejado, as empresas buscam novas formas de alcançar o cliente final com campanhas via internet e redes sociais.
Esse tópico pode ser observado nas maiores companhias de todos os setores, que sabem que um usuário comum de smartphone consulta em média 150 vezes o device ao dia.
Compreendendo o alto volume de consultas diárias, o apelo às redes sociais e ferramentas que ajudem na comunicação são válidas para persuadir e influenciar o comportamento de compra dos usuários. Tendo consciência disso, o investimento em mídia digital cresce exponencialmente se comparado à mídia televisiva e impressa (que já está em 3o nessa lista).
Para o futuro, prevemos uma maior exploração e análise do comportamento do cliente e uma redução na privacidade do consumidor, que são fatores inversamente proporcionais.
04. O fenômeno “gamification” está, cada vez mais, presente no dia a dia de públicos com diferentes perfis e idades. Que tipos de soluções estes jogos podem ajudar a trazer para as empresas?
A gamificação é a estratégia que as empresas adotaram por meio dos aplicativos mobile orientados (podendo ser jogos ou não) tendo como objetivo solucionar problemas práticos ou despertar engajamento de um nicho específico com a marca geralmente, mas não necessariamente, de maneira lúdica.
Quando a utilização é proposta pela empresa, são oferecidas recompensas aos usuários que interajam e permaneçam utilizando o aplicativo, concluindo os objetivos que são voltados para o treinamento individual, divulgação da marca e auxílio na implementação da cultura organizacional.
Em troca do uso contínuo do aplicativo, as organizações oferecem benefícios aos colaboradores que atinjam pontuações consideráveis, por meio de bonificação no próprio app ou até no meio físico, como brindes e prêmios.
A Mobile2you acredita que com a influência das redes sociais atreladas aos aplicativos, potencializam ainda mais o poder da gamificação, principalmente quando os usuários já possuem afinidade à marca.
05. Além do público final, os aplicativos podem ser muito úteis para gerenciamentos de dados e processos internos (por funcionários e intermediadores). Quais mercados e áreas das empresas são potenciais clientes?
O mercado de aplicativos que não são disponibilizados para o público é amplo e pode ser adotado por qualquer tipo de empresa, independente do segmento. Porém existem determinados mercados que a implementação de uma plataforma mobile é mais eficiente, criando um novo canal de aproximação do colaborador com o cliente final, ou da própria empresa com o colaborador.
O princípio da Mobile2you no mercado tecnológico é exatamente ceder praticidade e dinamismo aos usuários, agregando valor à experiência de uso, permitindo que ações sejam realizadas de maneira inovadora, e que não eram possíveis anteriormente sem as aplicações.
Recebemos uma grande demanda de projetos com intuito de utilização interna nas empresas para otimizar processos desgastados e engajar o colaborador às informações e utilidades necessárias no dia a dia da organização.
Como é o caso de empresas que possuem representantes comerciais espalhados pelo Brasil, a busca é por uma plataforma que otimize o atendimento, exibindo o catálogo de produtos interativos (imagens 3D, vídeos e descrição), cadastro do cliente na “carteira digital” do representante e, com a integração do gateway de pagamento, pode-se finalizar uma venda.
Os cases de projetos desenvolvidos pela Mobile2you indicam um crescimento médio de 17% nas vendas nos 6 primeiros meses da plataforma operante.
O fator que mais influencia neste número é o dinamismo do atendimento e a oportunidade de concretizar a venda por impulso.
O mercado mobile não pode mais ser considerado tendência, e sim realidade. As empresas que se conscientizarem sobre esse fato, certamente estarão à frente dos seus competidores.
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*fonte: Morgan Stanley 2013